segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Governador recebe documento das centrais sindicais com dados do Dieese pela valorização do Piso Mínimo Regional

                                 Tarso examina o documento das centrais sindicais, entregue por Guiomar Vidor
                                 Foto: Isadora Pisoni
Os dirigentes das centrais sindicais foram recebidos em audiência pelo governador do Estado, às 15 horas, dessa segunda-feira, 28/11, no Palácio Piratini, conforme agenda prévia. Na ocasião, Tarso Genro recebeu o documento intitulado “Salário Mínimo Regional, Desenvolvimento e Distribuição de Renda – Pauta das centrais sindicais 2012”.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, entregou o documento em nome das centrais, depois de ter feito uma explanação verbal dos principais itens contidos. Ao final, fez uma avaliação do encontro onde as centrais sindicais demonstraram unidade em busca, não só da valorização do Piso Mínimo, como pela recuperação das perdas desde que ele foi instituído.
“Na entrega do documento ao governador, nós reforçamos, em primeiro lugar, a unidade das Centrais Sindicais na defesa de uma política permanente de valorização do Piso Regional, que leve em conta a média do crescimento da economia do Rio Grande do Sul e do Brasil, mais a inflação. E também queremos que, em um período de quatro anos sejam repostas as perdas que tivemos nos últimos períodos, até que o salário mínimo regional chegue a 1,28 salários mínimos, valor de quando o Piso Mínimo foi instituído em 2001, no governo de Olívio Dutra”.
Significa que, somada à média do PIB do Brasil e do RS, que é de 7,65%, mais o INPC projetado de 6,65%, nós teremos um reajuste de 14,48%. Com a inclusão de uma das parcelas da perdas salariais – atualmente em 14,28% - teremos mais 3,4%, o que dará um reajuste total de 18,7%.
“A nossa reivindicação é de que o Piso Regional - hoje em R$ 610,00 – seja atualizado para R$ 724,00”, afirma Guiomar Vidor. “É uma reivindicação justa por parte dos trabalhadores. Nós reforçamos ao governador o compromisso que ele assumiu quando foi candidato, que era de ter uma política de valorização do Piso Regional. Agora, as entidades sindicais cobram, de forma unitária, que o Governo cumpra o que foi uma de suas promessas de sua campanha vitoriosa porque teve o apoio dos trabalhadores”, lembrou o presidente da CTB-RS.
Outro aspecto importante destacado no noticiário nacional, é que o salário mínimo, com o reajuste que terá de 14,2%, representará a retomada do processo de desenvolvimento econômico do Brasil, pois esses valores injetados na economia representarão um crescimento no PIB de quase 1%.  
“O Salário Mínimo Regional cumpre exatamente com essa tarefa, que é o de reforçar o mercado interno e democratizar a renda no Rio Grande do Sul, mas principalmente de nós fortalecermos o nosso mercado consumidor para que a nossa economia também possa reagir como vai acontecer com a economia nacional”, salientou Guiomar Vidor.
O presidente da CTB-RS também contestou a afirmação das entidades patronais de que não seria mais necessário o Salário Mínimo Regional no Rio Grande do Sul.
“Ele é cada vez mais necessário, exatamente para que se possa trazer de volta a recomposição do poder aquisitivo dos salários, que já chegaram a representar 50% do PIB e hoje representam apenas 34% do PIB. Ainda temos uma longa estrada pela frente em busca da recuperação da massa salarial do conjunto dos trabalhadores. E o Piso Mínimo Regional é um fator determinante nesse sentido”.
Outra questão importante encaminhada ao governador foi no sentido de que seja mantido o que já foi aprovado pela Assembleia Legislativa – com pleno acordo das entidades patronais – quando o reajuste de 2011 foi em 1º de março e definido que o de 2012 será em 1º de janeiro.
“Queremos que seja cumprido o acordo firmado entre empregados, empregadores, governo do Estado e Assembleia Legislativa”, cobrou Guiomar Vidor. “Nós reafirmamos, junto ao governador, que a data base deva ser em 1º de janeiro sob pena de, caso contrário, o valor do piso mínimo regional ser inferior do salário mínimo nacional, pois o nosso atualmente é de R$ 610,00 e o nacional será de R$ 622,00 em janeiro”.
O documento entregue a Tarso Genro também reivindica a inclusão de várias categorias que ainda estão fora da proteção do piso regional, além da alteração de faixas de algumas categorias.
Por fim, o presidente da CTB-RS registrou o falso argumento que o patronato tem usado, de que as pequenas empresas serão as maiores prejudicadas com a manutenção do Piso Mínimo Regional.
“Segundo dados estatísticos apresentados pelo Dieese, tendo por base o que foi disponibilizado pelo próprio Ministério do Trabalho, demonstra que as pequenas empresas pagam um salário inicial maior do que as grandes. Então, essa alegação é uma grande mentira. Nós constatamos que as pequenas empresas são as que pagam um salário maior, inclusive por ocasião da contratação”, informou.
O governador assumiu, diante dos dirigentes das centrais sindicais, o compromisso de analisar a pauta dos trabalhadores. Ele pretende chamar os empresários e, posteriormente, decidirá a respeito das reivindicações contidas no documento.
“Entendemos que nosso pedido é justo e é possível de ser atendido por parte do governo do Estado. Enquanto isso, a CTB-RS permanecerá na campanha estadual em defesa do Piso Regional com a distribuição de material, além de pressionar o governo e os deputados para que os trabalhadores possam ser vitoriosos nessa luta pela valorização do Salário Mínimo Regional”, concluiu o presidente da CTB-RS.

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